Oi Pessoal
Enfrentamos pelo menos três grandes congestionamentos no percurso Akureyri/Mývatn no último domingo e pamem, todos numa mesma tarde.
Só para situá-los, estamos na Islândia e Akureyri e Mývatn são duas pequenas cidades desta ilha.
O tempo mais uma vez contribuía para se ficar em casa pois a instabilidade climática era outra vez, a nossa realidade.
Chovia, temperatura de 5ºC e muito vento em pleno verão islandes.
No entanto vemos que a palavra "instabilidade" é extremamente adequada para definir com precisão a questão climática aqui na Islândia.
Digo isto porque basta dobrarmos a "esquina" em uma das inúmeras montanhas locais para descobrirmos que até o sol pode estar presente.
Incrível!
Mas voltando ao nosso congestionamento na via de acesso as localidades de Akureyri e Mývatn, vimos muitos veículos parados aguardando pacientemente o motivo do "mega" engarrafamento se resolver.
Eram pelo menos cinco carros parados o que representava boa parte da população local.
Aqui apesar do fato gerador causar certo transtorno as pessoas que desejam transitar entre estas duas cidades, ninguém usa buzina.
Inclusive este é um acessório que acredito nem existir nos carros que circulam na ilha.
Bem ao contrário da Itália, nunca ouvi o barulho de uma na cidade.
Bom talvez os carros fiquem mais baratos se retirarmos este acessório :).
Desculpem-me mas novamente me desviei do motivo principal desta explanação, mas este lugar é tão diferente de tudo que já vimos que às vezes me perco em pensamentos e contemplações e acabo fugindo do foco principal.
Mas novamente voltando ao motivo gerador do congestionamento, se prestarem atenção na foto acima conseguirão ver que todos estavam parados aguardando pacientemente um rebanho de cabras retornar ao seu habitat.
Pode??!!
É claro que sim, eles são os habitantes locais e não nós.
Depois do rebanho ceder lugar da pista aos carros passamos por um dos condutores dos animais.
Um senhor com marcas profundas no rosto fruto de uma vida difícil, onde trabalhar e viver se confundem.
Onde o tempo se mede talvez pela necessidade de se levar o rebanho para pastar e buscá-lo no final de um período.
Onde o dia pode ter 2h de luz como no inverno ou, 24h se estivermos no verão.
Onde não existem árvores pois o solo quase lunar fruto de erupções vulcânicas, não propicia condições favoráveis a elas ou ao plantio de muitas outras espécies.
Onde a neve e o frio são talvez os únicos companheiros constantes deste condutor de rebanho.
Ele olha para nós que estamos no carro e que aguardamos pacientemente a liberação da pista e sorri.
Um sorriso indefinido, algo entre vergonha e timidez.
Ele faz um aceno com a mão e a Eduarda com a percepção de quem tem 3 anos, diz: "Mamãe ele sorriu para mim!"
E eu ali perdida entre pensamentos e sentimentos de difícil definição.
Já percebi que estar aqui neste lugar tão isolado e tão atípico me causa uma "ebulição" de sensações às vezes, bem difícil de definir.
Mas quem está a procura de definições?
:o)
ResponderExcluirParecem ovelhas!!!!!
Mas enfim, cabras ou ovelhas, um fato inédito este, não?
Coisa parecida, com exceções, claro, aqui, só na Reserva do Taim, qdo. automóveis, ou melhor, motoristas conscientes, dão passagem aos animais que vivem na reserva e que se aventuram a atravessar a rodovia.
Sabia que ias gostar de viver esta experiência na Islândia!!!
Beijo a todos